Instituto Modal https://modal.edu.br Modal Tue, 29 Oct 2024 17:23:06 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://modal.edu.br/wp-content/uploads/2024/10/favicon-150x150.png Instituto Modal https://modal.edu.br 32 32 Corticotomia na Ortodontia https://modal.edu.br/corticotomia-na-ortodontia/ Tue, 29 Oct 2024 17:21:38 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=126 Autor: Prof. Dr. Anderson Mamede
Especialista, mestre e doutor em Ortodontia
Coordenador e professor do curso de especialização da Faculdade Modal
(Belo Horizonte, Uberlândia e Salvador)

Fonte: Alghandi, 2010. 

Palavras-chave: Ortodontia; Tratamento; Corticotomia.

Uma das principais desvantagens do tratamento ortodôntico convencional é o tempo. Muitos pacientes adultos prejudicam a sua saúde bucal mantendo uma mal oclusão por anos sem tratá-la, devido ao longo período que deverão permanecer com o aparelho fixo instalado. Este tempo maior é devido, principalmente, à ausência de crescimento, perda de osso alveolar e a presença de recessões gengivais.

aceleração do movimento ortodôntico é um tema que tem sido muito debatido neste século, onde as pessoas buscam resultados cada vez mais rápidos para todos os tipos de problemas. Dentre as formas de alcançar uma oclusão fisiológica satisfatória, tanto no campo estético como funcional, em um menor tempo, a corticotomia surgiu como uma opção viável e uma das mais efetivas na ortodontia.

Este procedimento foi descrito pela primeira vez na literatura com a finalidade de alcançar um movimento dentário rápido, em 1959 por Henrich Kole. Segundo a literatura o tratamento ortodôntico com a utilização da corticotomia reduz em um terço o tempo em relação à ortodontia convencional.

corticotomia é um procedimento que consiste na realização de retalhos tanto vestibular quanto lingual para a exposição do osso alveolar. Em seguida realiza-se um corte mesial/distal e apical ao redor de cada dente, através do osso cortical, penetrando minimamente no osso medular. Esse corte pode ser realizado com brocas cirúrgicas ou por piezoincisão.

A movimentação dentária deve ser iniciada duas semanas após o procedimento de corticotomia. Esta cirurgia estimula os nociceptores que em resposta, geram um processo de reparação local duas a dez vezes mais rápido do que a cura fisiológica normal.

Atualmente a literatura tem preconizado a realização da corticotomia associada ao aumento ósseo vestibular, realizado através da colocação de enxertos com matriz mineral bovina, que promove uma maior estabilidade pós ortodontia. Além disso, pode corrigir eventuais discências e fenestrações que podem ter ocorrido em tratamentos anteriores.

As principais vantagens da corticotomia são: menor tempo de tratamento, menor reabsorção radicularmenor desmineralização de substância dentária e menor índice de recidiva. As principais desvantagens são: Custo extra do procedimento, muitos pacientes são resistente à cirurgia, risco de perda de crista óssea e recessão gengival, alguma dor e inchaço pós cirúrgico, bem como o risco de infecção.

O procedimento de corticotomia associado ao enxerto ósseo tem ampliado os resultados em casos mais complexos em pacientes adultos e promete ser uma técnica cada vez mais utilizada na ortodontia contemporânea.

Referências

  1. ) AHN, Hyo-Won et al. Morphologic evaluation of dentoalveolar structures of mandibular anterior teeth during augmented corticotomy-assisted decompensation. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, v. 150, n. 4, p. 659-669, 2016.
  2. ) ALGHAMDI, Ali Saad Thafeed. Corticotomy facilitated orthodontics: Review of a technique. The Saudi dental journal, v. 22, n. 1, p. 1-5, 2010.
  3. ) BARE-WELCHEL, Britney et al. Effects of bone grafting, performed with corticotomies and buccal tooth movements, on dehiscence formation in dogs. American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, v. 151, n. 6, p. 1034-1047, 2017.
  4. ) RODRIGUES, Messias; DA SILVA, Robert Carvalho; DE ANDRADE, Oswaldo Scopin. Cirurgia de corticotomia prévia ao tratamento ortodôntico. Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, v. 17, n. 2, 2018.
  5. ) VERNA, Carlalberta; CATTANEO, Paolo Maria; DALSTRA, Michel. Corticotomy affects both the modus and magnitude of orthodontic tooth movement. European journal of orthodontics, 2017.
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MARPE – Expansão rápida da maxila assistida por mini-implante https://modal.edu.br/marpe-expansao-rapida-da-maxila-assistida-por-mini-implante/ Tue, 29 Oct 2024 17:19:51 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=123 Autor: Prof. Dr. Anderson Mamede

Especialista, mestre e doutor em Ortodontia

Coordenador e professor do curso de especialização da Faculdade Modal

(Belo Horizonte, Uberlândia e Salvador)

Palavras-chave: Ortodontia; Expansão rápida da maxila; Disjunção palatina; MARPE.

disjunção maxilar tem sido usada há muitos anos, de forma efetiva, em indivíduos respiradores bucais em crescimento e em pacientes com mordida cruzada posterior, devido a uma atresia maxilar ou postura mandibular alterada. Além de pacientes classe III onde, para se alcançar uma boa relação sagital entre as bases ósseas, deve-se realizar uma protração maxilar que, para ter o seu movimento potencializado, deve-se promover, primeiramente, uma expansão rápida da maxila.

Em pacientes adultos, onde a sutura palatina mediana já se encontra fusionada, a expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente era a opção mais indicada. Contudo esta apresenta certas limitações que incluem o alto custo, o edema e a dor pós-operatória.

Os aparelhos utilizados no século passado para disjunção maxilar eram todos dento suportados ou dento-mucossuportados, o que levava a uma inclinação excessiva dos elementos dentários posteriores e a alguns riscos tais como: reabsorção radicular vestibular dos dentes de apoio e fenestração da cortical vestibular.

Em 2010, o professor coreano Kee-Joon Lee introduziu o MARPE que é um acrônimo de Miniscrew-Assisted Rapid Palatal Expander, lançando o conceito da ancoragem óssea para disjuntores, promovendo um melhor controle da inclinação dentária posterior. Além disso, neste tipo de dispositivo, a sutura palatina mediana se abre de forma mais paralela e homogênea se comparado com os aparelhos antigos.

Certamente a incorporação de mini-implantes na ancoragem dos aparelhos de expansão rápida da maxila pôde, segundo Seong et al, contribuir na liberação de forças nas suturas, diminuindo o excessivo stress na parede vestibular. Consequentemente produzindo menores efeitos dentoalveolares colaterais e alcançando os pré-requisitos para a obtenção da disjunção maxilar em pacientes adultos. Além de serem indicados para pacientes periodontalmente afetados e com a curva de Wilson no limite de inclinação.

O aparelho MARPE é constituído por um parafuso disjuntor fixado no palato através da instalação de 4 mini-implantes na região paramediana da sutura palatina. Sendo que dois destes ao nível da terceira rugosidade e os demais próximos da região dos primeiros molares e por duas bandas soldadas aos braços do parafuso e cimentadas também nos primeiros molares.

ativação do MARPE é normalmente 2/4 de volta a cada 12 horas para pacientes jovens e 1/4 de volta para indivíduos adultos, até alcançarmos uma sobrecorreção da mordida cruzada posterior. Devemos alertar aos pacientes adultos que a disjunção maxilar pode não ser alcançada devido ao avançado processo de maturação da sutura palatina mediana.

Finalmente após a expansão rápida da maxila, o aparelho MARPE é deixado no local por um período médio de 4 a 5 meses como contenção, aguardando a neoformação óssea no “gap” entre as duas metades da maxila disjuntada. Após este período, o dispositivo é removido sendo recomendado a instalação de um Quadri-hélice ou uma placa removível por mais 6 meses, evitando a recidiva.

Portanto, o MARPE pode ser considerado uma nova proposta para a expansão rápida da maxila, com uma abrangência maior no que se refere a idade do paciente para a sua utilização e com menores efeitos indesejáveis. A avaliação do sítio a ser instalado os mini-implantes, por meio de uma tomografia computadorizada, estaria indicada para auxiliar na escolha do comprimento dos mesmos, visando a obtenção de uma ancoragem bicortical, o que aumentaria o nível de sucesso na manutenção dos parafusos de ancoragem temporária.

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Referências

  • SEONG, Eui-Hyang et al. Evaluation of the effects of miniscrew incorporation in palatal expanders for young adults using finite element analysis. The Korean Journal of Orthodontics, v. 48, n. 2, p. 81-89, 2018.
  • SUZUKI, Hideo et al. Expansão rápida da maxila assistida com mini-implantes ou MARPE: em busca de um movimento ortopédico puro. Rev Clín Ortod Dental Press, v. 15, n. 1, p. 110-25, 2016.
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O uso de attachments no tratamento com alinhadores estéticos removíveis termoformados https://modal.edu.br/o-uso-de-attachments-no-tratamento-com-alinhadores-esteticos-removiveis-termoformados/ Tue, 29 Oct 2024 17:17:23 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=117 Autor: Prof. Dr. Anderson Mamede

Especialista, mestre e doutor em Ortodontia

Coordenador e professor do curso de especialização da Faculdade Modal

(Belo Horizonte, Uberlândia e Salvador)

Fonte: Arquivo Pessoal

Palavras-chave: Alinhadores estéticos; ortodontia; attachment.

Desde a sua introdução em 1946, as placas estéticas removíveis termoformadas aumentaram em muito as suas indicações na odontologia e mais especificamente na ortodontia, tornando-se, nos dias atuais, o sistema de alinhamento dentário mais comentado e debatido no meio científico e nos consultórios, principalmente quando discutimos o tratamento em pacientes adultos.

Dentre as vantagens dos alinhadores removíveis podemos citar: melhor estética, maior facilidade para a higiene oral, maior conforto para os pacientes, menor injúria aos tecidos moles e a possibilidade de fazer clareamento e procedimentos estéticos durante o tratamento. Além disso, há também uma melhor percepção dos resultados durante todas as etapas, menor risco de injúrias às restaurações, próteses e esmalte dentário e menor tempo de cadeira.

Como desvantagem temos um custo mais alto, se comparado com a média de preço dos bráquetes convencionais no mercado brasileiro; menor detalhamento na finalização dos casos além do fator cooperação, que nestes procedimentos são decisivos para alcançarmos bons resultados.

Para que pudéssemos ampliar os movimentos ortodônticos durante a mecânica com alinhadores transparentes termoformados, os attachments foram introduzidos no protocolo dos mesmos. Desta forma, attachments são acessórios de resina confeccionados sobre o esmalte dentário, com a finalidade de aumentar a retenção dos alinhadores e auxiliar nas movimentações dentárias, principalmente em casos de extrusão/intrusãorotação de dentes com formato redondo vistos por oclusal e angulação dos dentes.

A confecção dos attachments e a sua instalação se dá através do alinhador template. Inicialmente fazemos o polimento coronário da área a ser utilizada, com uma pasta de pedra pomes e soro fisiológico, depois realizamos a lavagem e secagem dos dentes e aplicação do ataque ácido por 30 a 45 segundos com posterior lavagem pelo dobro do tempo do condicionamento e secagem. Em seguida é realizada a aplicação do adesivo no esmalte, colocação de uma fina camada de vaselina líquida nas bolhas dos attachments localizados no alinhador template e de resina flow ou densa nos espaços reservados aos attachments no template, além do posicionamento do mesmo na arcada dentária com posterior fotopolimerização da resina. Após a remoção do template, devemos proceder a remoção dos excessos de resina com materiais para polimento que não causem injúrias ao esmalte dentário.

Os attachments podem apresentar vários formatos, sendo os mais comuns retangular e em forma de elipse ou meia elipse. Quando desejamos aumentar a retenção dos alinhadores, a colocação dos attachments deveriam ficar mais próximos da região cervical. O seu posicionamento, a sua espessura, o seu tamanho e a sua orientação devem ser ajustados para acomodar diferentes necessidades clínicas e alcançarmos o melhor resultado com os alinhadores removíveis termoformados estéticos.

Referências

  • LIU, Yang; HU, Wei. Force changes associated with different intrusion strategies for deep-bite correction by clear aligners. The Angle Orthodontist, 2018.
  • MOMTAZ, Pouya. The Effect of Attachment Placement and Location on Rotational Control of Conical Teeth Using Clear Aligner Therapy. Journal of aligner orthodontics. V. 1, n.1, 0. 29-36, 2017.
  • WEIR, T. Clear aligners in orthodontic treatment. Australian dental journal, v. 62, p. 58-62, 2017.
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Quadrihélice (Quad-helix) de contração https://modal.edu.br/quadrihelice-quad-helix-de-contracao/ Tue, 29 Oct 2024 17:16:38 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=114 Autor: Prof. Dr. Anderson Mamede

Especialista, mestre e doutor em Ortodontia

Coordenador e professor do curso de especialização da Faculdade Modal

(Belo Horizonte, Uberlândia e Salvador)

Palavras-chave: Quadrihélice; Contração; Mordida Cruzada Posterior Vestibular.

mordida cruzada posterior vestibular é uma má oclusão de baixa prevalência, caracterizada pela presença da cúspide palatina do elemento dentário superior posicionada mais para vestibular do que a cúspide vestibular do inferior (Fig 1). Também é denominada de síndrome de Brodie, mordida em tesoura e mordida invertida.

permanência desta má oclusão pode levar a uma assimetria facial, inclinação excessiva para vestibular da coroa dos dentes superiores e lingual dos inferiores, bem como a extrusão dos dentes envolvidos, em ambas as arcadas, devido à falta de contato oclusal. O tratamento da mordida cruzada posterior vestibular pode ser realizado com expansão inferior e/ou contração superior, sendo que essa pode ser realizada através do uso de um quadrihélice de contração.

quadrihélice foi introduzido por Ricketts na década de 70, possui quadro helicóides que suavizam a força empregada, alcançando resultados mais satisfatórios. Pode ser confeccionado com o fio de calibre 0,8 ou 0,9 mm, com as ligas de Cr-Ni-Fe ou Cr-Co. Este dispositivo pode ser soldado nas bandas ou encaixado nas mesmas a partir do tubo palatinoPossui muitas variações de acordo com o objetivo a ser alcançado, uma delas é o dispositivo de contração.

No quadrihélice de contração, os 2 helicóides localizados na parte anterior são confeccionados de tal forma que tendem a se desfazer favorecendo o movimento de palatinização dos molares (Fig 2).

Quando o paciente não possui parafunção a confecção de levante oclusal não é necessária uma vez que passamos em torno de 23 horas na posição de repouso mandibular. Em casos de pacientes com parafunção, tais como bruxismo e apertamento, a confecção do levante passa a ser fundamental, uma vez que a parafunção seria um fator de impedimento para o descruzamento da mordida.

quadrihélice é ativado contraindo cerca de 1 cm, o que pode ser conferido encaixando uma banda de um lado e observando se a face vestibular da banda do outro lado está tocando a face palatina do outro molar. Este dispositivo deve ser reativado a cada 60 dias, podendo essa ser realizada através da remoção e readaptação do dispositivo ou intrabucalmente usando alicates, tais como o tridente.

Podemos concluir que o dispositivo quadrihélice de contração continua a ser um auxiliar importante na mecânica ortodôntica contemporânea, com resultados satisfatórios no tratamento da mordida cruzada posterior vestibular de origem dento-alveolar.

REFERÊNCIAS

  • ALMEIDA, Soraia Azeredo de et al. Mordida de Brodie: relato de caso. Ortho Sci., Orthod. sci. pract, v. 5, n. 20, p. 532-538, 2012.
  • BENCH, Ruel et al. Terapia Bioprogressiva. Editora Santos 3ª edição, 1996.
  • DUARTE, Mario Sergio. O aparelho quadrihélice (Quad-helix) e suas variações. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, v. 11, n. 2, p. 128-156, 2006.
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Expansão rápida da maxila https://modal.edu.br/expansao-rapida-da-maxila/ Tue, 29 Oct 2024 17:15:34 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=111 Autor: Prof. Dr. Saulo Gribel

Especialista, mestre e doutor em Ortodontia e Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares

Coordenador e professor do curso de especialização da Faculdade Modal

(Belo Horizonte, Uberlândia e Salvador)

Palavras-chave: Disjunção palatina; Mordida cruzada posterior; Expansão rápida

Um equilíbrio de forças controla a oclusão e qualquer modificação neste sistema de forças é suficiente para provocar desequilíbrio funcional, seguido por modificações nas posições dentárias levando à uma maloclusãoA mordida cruzada posterior é um exemplo típico desse desequilíbrio e é uma das maloclusões mais frequentes. (Carvalho et al. (2000).

A mordida cruzada posterior pode ser dento-alveolar, cuja origem é um mal posicionamento dentário e esquelética em que estaria envolvida uma alteração na largura das bases ósseas. Pode ocorrer em ambas as formas um deslocamento mandibular, com alterações das atividades musculares e dos movimentos mandibulares, caracterizando uma mordida cruzada funcional. (Santos-Pinto et al. (2006).

etiologia da mordida cruzada posterior está relacionada com a atresia do arco superior que, por sua vez, tem como possíveis causas o biotipo facial, perdas dentárias precoces, postura mandibular alterada e respiração bucal, sendo esta uma das principais causas desta deficiência óssea levando à diminuição da cavidade nasal, devida à obstrução nasal ou por acomodação. (Cappellette et al. (2006).

A correção desta maloclusão pode ser feita com ajustes oclusais por decréscimo ou acréscimo, uso de placas, Quadrihélices, aparelhos ortopédicos funcionais bem como por disjuntores palatinos, com técnicas de expansão rápida da maxila (RME).

A expansão rápida da maxila depende de uma combinação de ortopedia e expansão dentária para correção da desarmonia esquelética. Muitos tipos de aparelhos RME foram desenvolvidos com diferentes taxas de expansão, mas os princípios são essencialmente o mesmo.

Ao exercer uma rápida força transversal na dentição maxilar, a sutura palatina mediana é interrompida e separada, levando ao aumento de atividade celular nessa área que induz a remodelação óssea.

Quando a expansão rápida da maxila é realizada em indivíduos com mordida cruzada posterior, além dos ganhos nas medidas transversais e de espaço no arco maxilar, importantes alterações no tônus muscular são observadas e a saturação de oxigênio é melhorada e a melhora é maior em indivíduos que apresentam os volumes das vias aéreas médias e inferiores mais reduzidos. (Fastuca et al. (2015) Galbiati et al. (2016).

Quanto aos aparelhos utilizados para a expansão rápida da maxila, os mais comuns são Disjuntores palatinos de McNamara, o Hirax e o Hass. Em pacientes adultos, pacientes que já atingiram a maturidade esquelética, poderá ser feita uma cirurgia para auxiliar na disjunção ou usar o MARPE, disjuntor fixado ao palato com mini-implantes. Ele proporciona a expansão da maxila a níveis suturais, com redução dos efeitos colaterais dentoalveolares.

Figura 1 – Disjuntor Palatino McNamara

Referências

  1. Carvalho OEBR, Silva ACP, Carlini MG. Estudo da prevalência de mordidas cruzadas em dentes deciduous e permanents em pacientes examinados na disciplina de Ortodontia da UERJ.Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2000 mar/abr; 5(2):29-34.
  2. Santos-Pinto A, Rossi TC, Gandini Jr LG, Barreto GM. Avaliação da inclinação dentoalveolar e dimensões do arco superior em mordidas cruzadas posteriores tratadas com aparelho expansor removível e fixo. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006 jul/ago; 11(4):91-103.
  3. Cappellette JR, M, Carlini D, Pignatari SSN, Cruz OLM, Weckx LLM. Rinometria acústica em crianças submetidas à disjunção maxilar. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006 mar/abr; 11(2):84-92.
  4. Fastuca RPerinetti GZecca PANucera RCaprioglio A. Airway compartments volume and oxygen saturation changes after rapid maxillary expansion: A longitudinal correlation study. Angle Orthod. 2015 Feb 9. [Epub ahead of print]
  5. Chuck Carlson, Jay Sung, Ryan W. McComb, Andre Wilson Machado, and Won Moon. Microimplant – assisted rapid palatal appliance to orthopedically correct transverse maxillary deficiency in a adult. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2016 May; 149:716-28)
  6. Galbiati GMaspero CGiannini LTagliatesta CFarronato G. Functional evaluation in young patients undergoing orthopedical interceptive treatment. Minerva Stomatol. 2016 Apr 22. [Epub ahead of print]
  7. Di ventuta, V. Lanteri , G. Farronato , F. Gaffuri , M. Beretta , C. Lanteri , G. Cossellu .Three-dimensional evaluation of rapid maxillary expansion anchored to primary molars: direct effects on maxillary arch and spontaneous mandibular response. European Journal of paediatric dentistry vol. 20/1-2019
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Aumento de gengiva queratinizada em mucosa peri-implantar (Enxerto Gengival Livre) https://modal.edu.br/aumento-de-gengiva-queratinizada-em-mucosa-peri-implantar-enxerto-gengival-livre/ Tue, 29 Oct 2024 17:14:25 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=108 Os implantes osseointegrados trouxeram à odontologia atual avanços inigualáveis na reabilitação estética e funcional dos pacientes desdentados total e parcialmente.  Por outro lado, também trouxeram dúvidas no que tange a sobrevida dos implantes principalmente quando relacionada com a quantidade de mucosa queratinizada e a saúde peri-implantar.

Neste contexto, dados da literatura recente demonstram que uma faixa de mucosa queratinizada menor que 2 mm favorece acúmulo de placa, sangramento peri-implantar e, recessões de tecidos moles e exposição de roscas dos implantes. O objetivo da implantodontia atual é garantir que o implante, além de osseointegrado, mantenha seu estado de plena saúde, função e estética, principalmente em relação a estética gengival.

A presença de tecido queratinizado ao redor dos implantes apresenta como vantagem a facilidade para a moldagem durante a reabilitação, a menor probabilidade de colapso tecidual acima da cabeça do implante e o favorecimento da estética, pois se mostra semelhante aos tecidos em torno dos dentes.

Desta forma, a estabilidade dos tecidos moles em torno de coroas implantosuportadas é um fator importante para alcançar um resultado estético ideal.

Autora: Prof. Dra. Daisy Mattar Notini
Especialista em Periodontia e Ortodontia
Professora da Faculdade Modal (Departamento de Ortodontia)

Referências:

1. Lee A, Fu JH, Wang HL. Soft tissue biotype affects implant success. Implant Dent. 2011; 20:38-47. PMid:21613940. http://dx.doi. org/10.1097/ID.0b013e3182181d3d

2. Grover HS, Yadav A, Nanda P. Free gingival grafting to increase the zone of Keratinized tissue around implants. International Journal of Oral Implantology and Clinical Reseach 2011;2:117-20. http://dx.doi.org/10.5005/jp-journals-10012-1046

3.. Chung DM, Oh TJ, Shotwell JL, Misch CE, Wang HL. Significance of Keratinized mucosa in maintenance of dental implants with different surfaces. J Periodontol. 2006;77:1410-20. PMid:16881810. http://dx.doi.org/10.1902/jop.2006.050393

4. Schrott AR, Jimenez M, Hwang JW, Fiorellini J, Weber HP. Five-year evaluation of the influence of keratinized mucosa on peri-implant soft-tissue health and stability around implants supporting full-arch mandibular fixed prostheses. Clin Oral Implants Res. 2009;20:1170-7. PMid:19719741. http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0501.2009.01795.x

5.ALMEIDA, Juliano Milanezi de et al. Aumento de gengiva queratinizada em mucosa peri-implantar. Revista de Odontologia da UNESP, p. 365-369, 2012.

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Implantes Curtos e Extra Curtos https://modal.edu.br/implantes-curtos-e-extra-curtos/ Tue, 29 Oct 2024 17:12:53 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=105 Os implantes extra curtos e curtos possibilitam a reabilitação dentária em pacientes com reabsorção óssea avançada, onde a fixação de implantes regulares é inviável. Essa inviabilidade se dá porque o nervo alveolar inferior ou seio maxilar podem sofrer injúrias na fixação de implantes regulares (igual ou maior que 8,0 mm) 

quando o osso alveolar é deficiente. Nesses casos então a fixação de implantes curtos e extra curtos (4 mm á 8 mm de comprimento) são opções de tratamentos em pacientes com reabsorções graves dos maxilares.

Os implantes curtos e extra curtos apresentam uma técnica cirúrgica mais simples em comparação a cirurgias de reconstrução óssea para fixação de implantes padrões, reduzindo assim o tempo de tratamento.

Em relação aos aspectos biomecânicos e a perda óssea marginal dos implantes curtos comparados aos implantes de tamanho regulares, estudos mostram que não houve diferença significativa num período de 2 a 3 anos. Há, porém, uma falta de estudo clínico de longo prazo.

A sobrevida dos implantes curtos e extra curtos é independente do diâmetro do implante e da relação coroa implante, assim como o tipo de prótese.

Dr. Alysson Ramos

Especialista em Implantodontia
Especialista em Ortodontia
Mestre em Implantodontia
Doutorando em Implantodontia

GALVÃO, F.F.S.A. et al. Previsibilidade de implantes curtos: revisão de literatura. Revista Sul-Brasileira de Odontologia, v.8, n.1, p. 81-88, Jan./Mar. 2011.

HASAN, I. et al. Biomechanics and load resistance of short dental implants: a review of the literature. International Scholarly Research Notices Dentistry (online), v.2013, n.424592, p. 1-5, Apr. 2013.

MONJE, A. et al. Do implant length and width matter for short dental implants (<10mm)? A meta-analysis of prospective studies. Journal of Periodontology, v.84, n.12, p. 1783-1791, Dec. 2013.

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BARRA PALATINA https://modal.edu.br/barra-palatina/ Tue, 29 Oct 2024 17:12:11 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=102 Autor: Prof. Dr. Saulo Gribel
Especialista, mestre e doutor em Ortodontia e Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares
Coordenador e professor do curso de especialização em Ortodontia da Faculdade Modal
(Belo Horizonte e Salvador)

Palavras-chave: Barra  palatina; Ancoragem; Arco Transpalatino

BARRA PALATINA

Todo aparelho ortodôntico consiste de um elemento ativo e um elemento de resistência. Os elementos ativos são responsáveis pela efetivação do movimento dentário e os elementos de ancoragem proporcionam a resistência que possibilita esse movimento. Podemos citar como exemplos de elementos ativos as molas, elásticos e fios ortodônticos e como ancoragem arcos palatinos e linguais, aparelhos extrabucais, mini-implantes,etc…

É muito comum no tratamento ortodôntico o uso da Barra Palatina. Ela é normalmente confeccionada com um fio de aço redondo (0.8” ou 0.9”), soldada diretamente às faces palatinas das bandas nos molares superiores ou possuem duas presilhas em seus extremos que são encaixadas aos tubos linguais soldados previamente nestas bandas.

Pode apresentar um looping, que é um aumento na quantidade de fio entre os molares, para facilitar na adaptação e nos ajustes transversais conforme às necessidades do tratamento. Sua direção pode ser voltada para mesial (Fig 1) ou distal (Fig 2).

Figura 1
Figura 1
Figura 2
Figura 2

Várias são as indicações para o uso da Barra Palatina tanto de forma ativa como passiva.  De forma ativa podemos citar expansão ou contração da distância inter-molar, bem como a rotação destes dentes e de forma passiva a ancoragem do molar, manutenção de espaço e contenção após expansão da maxila. Também pode ser usada como apoio de elásticos quando se deseja a intrusão de dente (Fig 3).

Figura 3
Figura 3

As ativações da Barra Palatina são feitas de acordo com as necessidades de reforço de ancoragem, somente expansão, rotação ou simultaneamente expansão e rotação. Podem ser feitas dobras nos três planos de espaço. Primeira ordem(Fig 4),segunda ordem(Fig 5) e terceira ordem(Fig 6).

Figura 4 – Dobra de 1ª ordemFigura 5 – Dobra de 2ª ordemFigura 6 – Dobra de 3ª ordem
Fonte: Autoria própriaFonte: Autoria própriaFonte: Autoria própria

Pode ser associada a um mini-implante (Fig 7A e 7B) quando o caso clínico exige uma ancoragem máxima.

Figura 7A
Figura 7A
Figura 7B
Figura 7B

REFERÊNCIAS[1]

  1. Alhadlaq A, Alkhadra T, El-Bialy T. Anchorage condition during canine retraction using transpalatal arch with continuous and segmented arch mechanics. Angle Orthod. 2016; 86:380–385.
  2. Martins RP. The biomechanics of correction of unilateral dental

crossbite. Clin Orthod. 2021 Feb-Mar;20(1):26-32.

  1. Rajcich MM, Sadowsky C. Efficacy of intraarch mechanics using differential moments for achieving anchorage control in extraction cases. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1997;112:441-8.
  2. Ravindra N, Kapila S. Current Therapy in Orthodontics. StLouis, Mo: Mosby; 2010.
  3. Stivaros N, Lowe C, Dandy N, Doherty B, Mandall NA. A randomized clinical trial to compare the Goshgarian and Nance palatal arch. Eur J Orthod. 2010;32:171–176.
  4. Zablocki HL, McNamara JA Jr, Franchi L, Baccetti T. Effectof the transpalatal arch during extraction treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;133:852–860.
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Confecção de guia cirúrgico para correção de sorriso gengival utilizando software gratuito no sistema faça você mesmo. https://modal.edu.br/confeccao-de-guia-cirurgico-para-correcao-de-sorriso-gengival-utilizando-software-gratuito-no-sistema-faca-voce-mesmo/ Tue, 29 Oct 2024 17:10:37 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=98 Autores:

 1) Profa. Beatriz Silveira Mamede 

Cirurgiã-Dentista

Especializando em ortodontia e implantodontia

Profa. Do Curso de TSB da Faculdade Modal

2) Prof. Dra. Daisy Mattar Notini
Especialista em Periodontia e Ortodontia
Professora da Faculdade Modal

3) Prof. Anderson Mamede

Especialista, mestre e doutor em Ortodontia

Coordenador do curso de Odontologia digital da Faculdade Modal

Palavras-Chave: Guia Cirúrgico Periodontal; Odontologia digital; Sorriso gengival; CAD-CAM; Software gratuito; Meshmixer.

Confecção de guia cirúrgico para correção de sorriso

Nos tempos atuais a odontologia digital, abraçou grande parte das suas especialidades odontológicas, sendo a periodontia uma das que foi agraciada com esta tecnologia de ponta. A confecção de guias cirúrgicos através do sistema CAD-CAM trouxe vantagens tais como precisão, agilidade, praticidade e respeito ao meio-ambiente, uma vez que a utilização de matérias de moldagem, vazamento, dentre outros foi praticamente abolida da prática diária.

O cirurgião-dentista conta hoje com escaneamento digital e impressão de modelos através de impressoras 3D, que além de facilitar o fluxo de trabalho, permite também uma facilidade maior quando se faz necessário a repetição do mesmo (guia cirúrgico).

Para a confecção de um guia cirúrgico visando a correção do sorriso gengival, com um custo acessível para todos, pelo sistema CAD-CAM, o cirurgião-dentista conta hoje com inúmeros centros de radiologia, que além da tomografia, necessária para a confecção do guia cirúrgico, possui escaner intra-oral cobrando uma taxa em torno de 100 a 150 reais, além disso o custo das impressoras 3D caíram assustadoramente, tendo hoje, máquinas com resolução 4K em torno de R$ 1600,00 pelo site offical da Elegoo no Brasil e por último e não menos importante, temos hoje softwares gratuitos para modelagem 3d destes guias cirúrgicos.

O software gratuito que recomendamos para a confecção do guia cirúrgico é o meshmixer, desenvolvido e disponibilizado pela a empresa Autodesk através do site

https://www.meshmixer.com

tendo todas as ferramentas necessárias para a confecção deste guia cirúrgico para a impressão 3D.

Referências:

  • Disponível em: https://www.meshmixer.com/ , Acessado em: 12-09-2022.
  • Disponível em https://www.elegoo.com/, acessado em 12-09-2022
  • NAHMIAS, Hugo Leonardo Matias et al. Uso do perioguide na cirurgia para correção do sorriso gengival. Research, Society and Development, v. 11, n. 2, p. e32111225856-e32111225856, 2022.
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Planejamento digital para instalação do MARPE https://modal.edu.br/planejamento-digital-para-instalacao-do-marpe/ Tue, 29 Oct 2024 17:09:24 +0000 https://modal.famig.edu.br/?p=94 Autores:

 1) Prof. Anderson Mamede

Especialista, mestre e doutor em Ortodontia

Coordenador do curso de Ortodontia da Faculdade Modal

2)Profa. Beatriz Silveira Mamede

Cirurgiã-Dentista

Especializando em ortodontia e implantodontia

Profa. Do Curso de TSB da Faculdade Modal

      Planejamento digital para instalação do MARPE

A introdução da expansão rápida da maxila apoiada em mini-implantes (MARPE), veio ampliar as indicações dos disjuntores. Esta nova modalidade aumentou o índice de sucesso em pacientes adultos, conseguindo evitar a disjunção assistida cirurgicamente em alguns.

Para que o objetivo seja alcançado nesta técnica, a utilização de uma tomografia e de um escaneamento da arcada se fazem necessários uma vez que conhecer com precisão a anatomia-morfologia da sutura palatina mediana, a altura do palato duro da cortical bucal até a cortical nasal e a maturação esquelética da sutura, podem fazer a total diferença entre o sucesso e o insucesso da técnica.

Uma boa indicação para este planejamento virtual é o software gratuito Blue Sky plan, que além de permitir a visualização dos planos coronal, axial e sagital, permite a sobreposição dos STL da arcada, dos mini-implantes e do Marpe, facilitando a confecção de um guia cirúrgico de extrema precisão.

Referências:

  • ANDRÉ, C. B. Análise tomográfica para técnica Marpe. Rev Clin Ortod Dental Press, v. 17, n. 4, p. 50-53, 2018.
  • NOJIMA, Lincoln Issamu et al. Protocolo de seleção de mini-implantes aplicado à MARPE. 2018.
  • PAPADIMITRIOU, Aikaterini et al. Clinical effectiveness of Invisalign® orthodontic treatment: a systematic review. Progress in orthodontics, v. 19, n. 1, p. 1-24, 2018.
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